domingo, 14 de março de 2010

PANCREATITES- DIAGNÓSTICO



O diagnóstico de pancreatite crónica baseia-se numa constelação que inclui a história clínica, exames laboratoriais e investigação imagiológica. Deve sempre ser considerado em doentes com dor abdominal inexplicada. Os exames actualmente disponíveis dividem-se em testes de estrutura (CPRE, ecoendoscopia, TAC, ressonância magnética nuclear (RMN), ecografia e radiografia) e de função (teste de estimulação da secretina, elastase fecal, quimotripsina fecal, tripsinogénio sérico, gordura fecal, glicemia). Marcadores séricos, como a amilase e a lípase, encontram-se tipicamente elevados na fase precoce dos episódios de dor embora possam ser inteiramente normais nas fases mais tardias devido à destruição progressiva da glândula. A elastase-1 fecal pancreática (FPE-1) é um marcador não invasivo da função exócrina. Valores acima de 200 µg/g de fezes são considerados normais, entre 100 e 200 correlacionam-se com insuficiência exócrina leve a moderada e níveis inferiores a 100 traduzem insuficiência pancreática exócrina grave. A função pancreática exócrina também pode ser avaliada pela determinação da excreção de gordura fecal diária. Esta determinação inclui 72 horas. Excreção superior a 7 g é diagnóstica de má absorção, valores superiores a 20 correlacionam-se com esteatorreia clínica. Glicemias elevadas em jejum ou valores de hemoglobina glicosilada aumentados são consistentes com diabetes, mais comum nas formas calcificantes. Marcadores de doença auto-imune incluem IgG4, factor reumatóide, anticorpos anti-nucleares, proteína C reactiva e velocidade de sedimentação. Alterações do perfil hepático sugerem envolvimento da via biliar extra-hepática no processo inflamatório. O valor do teste genético em doentes com suspeita de pancreatite crónica hereditária ou idiopática é controverso. Os achados imagiológicos incluem atrofia parenquimatosa, calcificações canaliculares, dilatações canaliculares biliares e pancreáticas, pseudocistos. Complicações vasculares associadas incluem trombose e pseudoaneurismas das veias esplénica e porta. A radiografia abdominal simples pode mostrar calcificações pancreáticas. A avaliação ecográfica do pâncreas é influenciada pela gordura corporal e pela interposição gasosa. A cabeça e o corpo do pâncreas são mais facilmente visualizados enquanto a cauda apenas é observada em 30% dos casos. Os achados na TAC e na RMN aumentaram a acuidade diagnóstica da pancreatite crónica. A colangiopancreaticorressonância tem elevada resolução na avaliação da árvore biliar e pancreática. A ecoendoscopia tem sido cada vez mais utilizada. Os critérios para pancreatite crónica, na ecoendoscopia, incluem alterações parenquimatosas (atrofia, focos hiperecogénicos, cistos) e canaliculares (irregularidades, estenoses, dilatações, paredes hiperecóicas).

POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito, em 14 /03/2010 às 19:55

Bibliografia: http://portal.alert-online.com/guia medico/?key

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