O espectro de manifestações clínicas da pancreatite crónica varia consoante o padrão álgico, o grau de comprometimento das funções exócrina e/ou endócrina e a presença de complicações. A dor é o sintoma dominante. Pode ser intermitente ou contínua e de intensidade variável. É tipicamente desencadeada pela estimulação pancreática, particularmente após refeições ricas em gorduras ou proteínas, que pode ocasionar medo de comer, com consequente emagrecimento. A maioria das vezes, a pancreatite crónica manifesta-se por períodos de acalmia intercalados por exacerbações caracterizadas por dor, náuseas e vómitos. Em muitos doentes, a dor é constante, grave e intratável, conduzindo a dependência de opiáceos. A etiologia da dor não é clara. Acredita-se que seja multifactorial, causada pela combinação da inflamação neural, aumento da pressão intracanalicular causado pela obstrução do canal pancreático e alterações sofridas pelo parênquima. Em fases precoces, os sintomas são inespecíficos, com distensão abdominal e alterações dos hábitos intestinais sugestivas de síndrome do intestino irritável. A esteatorreia e o desconforto pós-prandial podem ocorrer dependendo da extensão da destruição glandular, frequentemente associados a anorexia, má absorção e emagrecimento. A diabetes pode surgir devido à destruição progressiva dos ilhéus de Langerhans. A história clínica deve identificar factores de risco predisponentes. Pistas que sugerem predisposição genética são: idade precoce de instalação, história familiar de doença pancreática e fibrose cística. A pancreatite hereditária é caracterizada pelo aparecimento precoce da doença em vários membros duma família na ausência de outros factores de risco discerníveis. Não existe nenhum parâmetro clínico, laboratorial ou radiológico que distinga a forma hereditária das restantes. Geralmente, as manifestações começam na infância, com progressão para pancreatite crónica em metade dos doentes. A pancreatite crónica idiopática inclui um grupo de doentes nos quais, apesar de investigação exaustiva, não se consegue identificar nenhum factor. Tem uma apresentação bimodal com picos precoce (segunda década) e tardio (sexta década). Uma potencial relação com a fibrose cística foi postulada pela partilha de alguns aspectos. Quando o diagnóstico de pancreatite crónica é questionável, devem ser consideradas outras entidades, tais como doença de Crohn, atraso do esvaziamento gástrico, doença disfuncional do intestino e radiculopatia torácica.
POSTADO POR: Maria Albertina Deodato de Brito em 14/03/2010 às 15:36
BIBLIOGRAFIA:http://portal.alert-online.com/guia medico/?key
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